Patrick 1.5

Ficha Técnica

Direção: Ella Lemhagen
Roteiro: Ella Lemhagen
Elenco: Gustaf Skarsgård, Torkel Petersson, Tom Ljungman
Fotografia: Marek Wieser
Montagem: Thomas Lagerman
Música: Fredrik Emilson
Produtor: Tomas Michaelsson, Lars Blomgren
Produtora: Filmlance International
World sales: Svensk Filmindustri International Sales
Duração: 100 minutos
País: Suécia
Ano: 2008
COTAÇÃO: REGULAR



A opinião

A diversidade sexual é o tema abordado pela diretora Ella Lemhagen em seu novo filme. Trabalha-se com a frieza, resignação, ingenuidade e ou agressividade de forma passional. Os personagens criam as suas defesas por vividas experiências.

O casal gay Göran e Sven conseguiu permissão para adotar Patrik, um órfão sueco de um ano e seis meses. Mas quando o menino chega, ele não é bem o que eles esperavam. Houve um erro na idade do garoto, e os pais receberam um jovem homofóbico de 15 anos com um passado criminoso.

É um filme gay que ultrapassa o próprio rótulo. A intolerância não é exclusivo deste meio. Há preconceitos, falta de entendimentos e a própria ignorância massificada por repetições dos demais, que também não possuem o prévio conhecimento, mas mesmo assim criticam o que ouvem. É um grande telefone sem fio. Ouve-se e repete-se, sem o questionamento que o indivíduo não prescinde.

Os protagonistas, os pais e o garoto, interpretam com profundidade contida os seus papéis. Não há excessos quando há dependência só deles. Porém quando a trama precisa acontecer, corre-se com a história e a apelação a um final feliz é inevitável.

Deve-se absorver o drama durante o longa. Há elementos psicológicos e filosóficos universais típicos do ser humano. Quando um dos pais do casal resolve esconder dos outros que o garoto "adotado", por erro da assistência social, não é o que deveria ser: o filho. Existe a hipocrisia dos próprios homossexuais, que não conseguem conviver com tantas críticas e adversidades, objetivando, assim, uma aceitação social. Eles buscam seguir as regras da sociedade, que por consequência, o aceitam de maneira limitada, com a falsa moralidade.

Os clichês são abordados. Um ex-marido que se aceita gay para a esposa e a filha, esta última não o aceita e vive uma fantasia gótica inerente a sua idade. O pai que não deixa o médico homossexual examinar o seu filho. Abstraindo os óbvios e os amadorismos da direção e do roteiro, consegue-se um bom filme. O ‘porém’ é que essas caricaturas cotidianas pululam quase todo o tempo do que está sendo apresentado. Mas não é ruim. As sacadas (percepções sutis) estão presentes. É o que faz deste longa não ser tão bobo e infantil.

A Diretora

Nasceu em 1965 na Suécia, e estudou Direção na Escola Nacional de Cinema da Suécia. Sua estreia na direção foi com o filme The Prince of Dreams (1996), no qual também assinou o roteiro. Entre seus outros filmes estão Tsatsiki, Mum and the Policeman (1999), If Not (2001) e Immediate Bording.

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