Crítica: Minhas Mães e Meu Pai

Ficha Técnica

Direção: Lisa Cholodenko
Roteiro: Lisa Cholodenko, Stuart Blumberg
Elenco: Annette Bening, Julianne Moore, Mark Ruffalo, Mia Wasikowska
Fotografia: Igor Jadue-Lillo
Montagem: Jeffrey M. Werner
Música: Craig Wedren, Nathan Larson
País: Estados Unidos
Ano: 2010
Duração: 104 minutos


A opinião

“Minhas mães e meu pai” é um filme sobre personagens de um família feliz, porém dentro dos padrões sociais, é politicamente incorreta, por partir do principio de que um casal de lésbicas dividiu o esperma em um banco de inseminação e tiveram um menina e um menino, de cada uma. O argumento é interessante. A trama desenvolve-se quando o filho deseja conhecer o doador. O foco principal que desperta a atenção e a curiosidade do espectador é a escolha das atrizes que vivem as lésbicas: Annette Bening e Julianne Moore. Elas conduzem o filme, prendendo pelo diálogo sarcástico e perspicaz, e pelo grau de intimidade que as duas possuem, fornecendo naturalidade da relação. O problema é que há o clichê de querer ser todo tempo polêmico. Assim envereda pelo caminho da mesmice e instiga o preconceito quando faz graça da necessidade sexual das mulheres.

Os mesmos elementos narrativos já foram vistos inúmeras vezes em diversos seriados americanos. O filho esportista que tem uma amizade estranha com um amigo – despertando o interesse das “mães” sobre a sua sexualidade, a filha estudiosa que deseja o melhor amigo e tendo uma amiga sexualmente ativa nos diálogos, o “doador” pai que rompe os padrões e regras da família, instaurando outras e buscando a traição. Mas não é pretensioso, deixando a história acontecer com as suas reviravoltas. O que prejudica é a recorrência de ser óbvio e previsível. A falta de equilíbrio também não ajuda, oscilando entre o tempo necessário para se contar a história e a pressa urgente de ter que resolver a trama no tempo estipulado, tendo os seus conflitos resolvidos rapidamente. Não é ruim. Como já disse, há as atrizes protagonistas que roubam todas as cenas, realizando um “monologo” de duas com envolvimento dos demais, que se completam, mas não instauram outros elementos. Só por isso é razão suficiente para levar o espectador ao cinema. Extremamente divertido, arrancando algumas gargalhadas, mesmo com o humor óbvio.

A Sinopse

Nic e Jules vivem juntas há muito tempo. Nic é ginecologista e sofre com a pressão do trabalho, enquanto Jules tenta abrir uma empresa de paisagismo. Elas têm dois filhos: Joni, de 18 anos, e Laser, de 15. Com a iminência da partida da irmã para a faculdade, Laser lhe pede um favor: descobrir quem é seu pai biológico. Mesmo hesitante, Joni contacta o banco de esperma, e dias depois Paul entra em contato. Os dois adolescentes vão ao seu encontro e buscam esconder o fato das mães, sem sucesso. Nic e Jules decidem então enfrentar o problema de frente e convidam Paul para jantar. Prêmio Teddy do Festival de Berlim.

A Diretora

Nasceu em 1964, nos EUA. Iniciou a carreira como montadora em filmes de estúdio em Hollywood. Em 1992, mudou-se para Nova York, onde estudou Direção na Universidade de Columbia. Seu primeiro curta, Souvenir, foi premiado no Festival de Londres 1994. Em 1998, dirigiu seu primeiro longa, High Art, selecionado para o Festival de Cannes. Seu segundo filme, Laurel Canyon: A Rua das Tentações (2002) também foi exibido em Cannes, na Quinzena dos Realizadores.