Mother



A opinião

É o novo longa do diretor que dirigiu um dos episódios do filme 'Tokyo!' (com opinião aqui neste blog - procure em arquivo setembro). Começa com um roteiro bobinho, comum e até meio patético, com elementos de graça irônica. Há um crescimento passo a passo da história. O entendimento aparece. Somos conduzidos para dentro do filme, sofremos e ajudamos a luta da mãe para salvar seu filho único. Até que ponto uma progenitora chega para protegê-lo. A relação dos dois é de cumplicidade, com o cuidado excessivo dela, não julgando os deslizes alienados dele. Não há moral. Os outros são apresentados como idiotas por ridicularizarem um acontecimento. As pessoas são massificadas pelo que os outros mais poderosos determinam. Cria-se um descaso geral com o próximo. A personagem da mãe cresce de tão forma que vivenciamos o seu desespero ingênuo, sem conhecimento e com a força necessária para levar às últimas consequências os seus atos. Surpreende e cria uma sensação de esgotamento nervoso na cadeira do cinema e um 'bolo' na garganta. O filme é muito sensível. A interpretação é da mãe. O filme é dela, tanto que o nome que o diretor deu é esse. O final chega e achamos o início lírico real. Gostaria de entender o poder que os cineastas coreanos possuem para manipular as emoções dos que estão assistindo. Usam e abusam de metáforas. E mesmo assim fazem um ambiente condizente com tudo que é apresentado. Frases do filme "Feijão e arroz é comida de prisidiário... Não confie em ninguém, nem em mim". Recomendo o épico maternal, pode confiar.

Curiosidades da Sessão de Cinema

Uma senhora não parava de conversar com uma outra pessoa. Um rapaz ao lado dela disse "cinema não é lugar de conversa, por que a senhora não conversa lá fora ou depois". Ela reagiu e ele aumentou a voz. Ela calou-se e não deu um pio. Obrigado a quem for!

Ficha Técnica

Direção: Bong Joon-ho
Roteiro: Park Eun-kyo, Bong Joon-ho
Elenco: Kim Hye-ja, Won Bin
Fotografia: Hong Kyung-pyo
Montagem: Bong Joon-ho
Música: Lee Byeong-woo
País: Coréia do Sul
Ano: 2009

A Sinopse

Hye-ja é viúva e dedica a vida a seu único filho Do-joon que, apesar de ter 28 anos, é totalmente dependente dela. Quando o corpo de uma meninaé encontrado num prédio abandonado próximo à sua residência, o tímido Do-joon passa a ser considerado o principal suspeito. Mesmo sem evidências incriminatórias, a vontade da polícia em fechar o caso, e a incompetência do advogado de defesa, fazem a condenação parecer inevitável. Sem escolha, e determinada a provar a inocência do filho, Hye-ja decide encontrar o assassino sozinha. Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2009.



O Diretor

Nasceu em 1969, na Coréia do Sul. Formou-se na Academia Coreana de Cinema. Após três curtas-metragens, dirigiu em 2000 o seu primeiro longa, Barking Dogs Never Bite. Seu filme seguinte, Memórias de um Assassino, ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de San Sebastian de 2003. Em 2006, dirigiu O Hospedeiro, exibido na Quinzena dos Realizadores em Cannes e grande sucesso comercial na Coréia, com 13 milhões de espectadores.